Como educar meninas e meninos com empatia e respeito

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Educar meninas e meninos com empatia, escuta ativa e respeito. Os pediatras dos Estados Unidos querem acabar com a cinta como método corretivo dentro das casas. A primeira atualização do protocolo de educação em 10 anos foi apresentada em novembro passado com o título “Disciplina efetiva para criar meninos e meninas saudáveis”. Para eles existe evidência cientifica que cintadas, tapas, gritos e humilhações fazem com que filhos se tornem mais agressivos, tenham prejudicada sua capacidade cognitiva e sua auto-estima, além de outros efeitos muito ruins.

Os pediatras sugerem que na hora de educar meninos e meninas os pais devem aplicar uma disciplina positiva, que ajuda filhos a mudar comportamento e tolerância às frustrações, permitindo um desenvolvimento saudável.  Um método em 10 passos:

  • Imitação. Ensinar a diferença entre o bom e o mal sendo um exemplo pode fazer o pequeno ver as conseqüências de seu comportamento
  • Por limite já na hora de colocar as normas. Os pais devem ser claros e realistas. A linguagem e a forma de comunicação são fundamentais. O pai e a mãe devem se adaptar a cada idade e assegurar-se de que as crianças compreenderam as tarefas.
  • Explicar as consequências dos atos de forma calma e firme. Por exemplo: se não recolher os brinquedos agora, não poderá brincar com os amigos depois. Os pais devem ser firmes e não mudar de opinião, barganhar ou chantagear com algo indispensável como comida.
  • Escute sua criança. Escutar é fundamental. Espere ela terminar de explicar o que aconteceu antes de ajudá-la. Se o comportamento se repetir, tente racionalizar com ela antes de decidir a consequência.
  • Preste atenção, a ferramenta mais poderosa para educar meninas e meninos é prestar atenção; reforça os comportamentos positivos mais que os negativos.
  • Fortaleça os comportamentos positivos. Os pais devem evitar frisar apenas nos comportamentos negativos.
  • Ignorar um mau comportamento. Algumas vezes pode ser uma boa opção para educar meninas e meninos. É uma forma de outorgar autonomia para a criança aprender as consequências de suas iniciativas.
  • Deve-se estar preparado para enfrentamentos. Quando somos conscientes do que causa um mau comportamento em nossos filhos, pensamos e racionalizamos de forma mais calma e firme.
  • Muitas vezes o mau comportamento dos filhos está relacionado com um aborrecimento, cansaço e porque não sabem agir de forma melhor. Falta de prática naquele comportamento. Procure buscar outra atividade que ele ou ela domine, com a qual se sinta melhor.
  • Apesar das controvérsias dos setores educativos, deve-se deixar filhos de castigo. Os pediatras recomendam deixá-los de castigo quando alguma norma estipulada se rompe. Ainda aconselham avisar antes de aplicar o castigo. Segundo estudiosos, a duração desse castigo deve ser de 1 minuto para cada ano de idade, ou seja, uma criança de três anos deveria ficar 3 minutos de castigo. Segundo explicam, também pode-se trocar, coloque no quarto sozinho e avise que poderá sair do quarto assim que estiver mais calmo e em condições de conversar.

Apesar de seguir estes tópicos para educar meninas e meninos, os pediatras acreditam que os pais devem ser conscientes de que não é o mesmo falar com um bebe ou com um adolescente, e que devem adaptar a linguagem e as normas de acordo com a faixa etária.

Segundo explicam, com crianças de zero a três anos de idade funciona melhor o exemplo, pois aprendem por imitação e linguagem positiva. Acima de três anos é melhor reforçar comportamentos bons e ignorar os maus. Já para os maiores de seis anos, os pediatras dizem que quando fazem alguma coisa ruim, devemos falar com eles sobre opções de comportamentos bons e maus frente uma situação problemática.  Por outro lado, com adolescentes aconselham que se coloque em uma balança o que esperamos deles em relação a comportamento, do que eles são capazes de fazer, e agir de acordo com a realidade.

Em resumo, para educar sem cintadas, gritos ou humilhações existem três pontos fundamentais: a escuta ativa, que permite tanto aos filhos como aos pais a compreensão de porque acontecem maus comportamentos; a empatia, sermos capazes de nos colocar no lugar do outro; e o respeito, para escapar de qualquer forma de assédio e manipulação, promovendo um desenvolvimento e relações familiares saudáveis.

Traduzido e Adaptado Por: Enfª Luciane Dominguez CORENPR 208900 e Dr Paulo Bittencourt, CRMPR 5259

Fonte:   El decálogo de los pediatras de EE UU para educar sin azotes ni humillaciones El Pais Madrid 13 NOV 2018; Policy Statement: Effective Discipline to Raise Healthy Children. Robert D. Sege, Benjamin S. Siegel, American Academy of Pediatrics. Pediatrics, December 2018, Volume 142.