O volume sobre saúde mental antenatal e um ano pós-natal cuja capa aparece na figura, em sua edição atualizada de 2014, baseada na Diretriz Nacional Clínica 192 (2003), foi publicada pelo National Collaborating Centre for Mental Health e Commissionada pelo National Institute for Health and Care Excellence, e foi publicada pela British Psychological Society e Royal College of Psychiatrists.
As diretrizes e os conceitos expressados servem para as mulheres com problema de saúde mental no período indicado sob os cuidados de saúde primário, comunitário, secundário, terciário, e que tenham contato com outros profissionais da saúde incluindo psiquiatras, psicólogos, enfermeiras, parteiras, pediatras, clínicos, generalistas, neonatologistas, obstetras, visitantes de saúde, terapeutas ocupacionais, e outros, como staff de unidades de emergência e acidentes, policio e prisões, dos sistema de justiça e educação
Na gravidez e período do primeiro ano pós parto as mulheres podem ter os mesmos problemas de saúde mental que outras mulheres, com a mesma natureza e a mesma evolução que eles tem em outras épocas da vida. No entanto, existem algumas diferenças importantes:
- As mulheres podem não querer contar aos outros seus sentimentos devido ao estigma de problemas mentais em período associado em geral com felicidade, e com receio de perderem a criança.
- Muitas mulheres suspendem medicação abruptamente e podem ter um episódio de alguma doença já existente.
- Em outras que já tem um problema, existe um risco mais elevado de term uma crise no período pós parto precoce
Todos estes problemas de saúde mental precisam ser atendidos com urgência pois existe comprovação científica de que podem fazer muito mal para a mãe, para o feto, para o futuro da criança, para o parceiro e para os familiares.
- Distúrbios psicóticos pós-natais podem ter um início mais rápido que em outras épocas, e demandam atendimento urgente.
- Os efeitos dos problemas de saúde mental nesta época requerem que as necessidades da mulher, do feto e do bebê, dos irmãos e outros membros da família, incuindo as necessidades físicas na mulher e do feto, sejam atendidas. Por exemplo quando considerando o tempo para providenciar atendimento psicológico e atendimento agudo de doença mental.
- A variação de risco e benefício do uso de medicação psicotrópica entre a gravidez e o período de aleitamento requer revisão especializada das opções terapêuticas.
Evolução e prognóstico de saúde mental na gravidez e período pós-natal
Não existe evidência de que haja diferença na evolução nos problemas de saúde mental neste período, exceto por um pequeno aumento de primeiro episódios e ciclagem de doença bipolar, e menos frequência de alcoolismo. Talvez a prevalência de ansiedade generalizada seja aumentada na gravidez e período pós-natal, e depressão seja mais frequente no pós-natal. Embora o prognóstico destas doenças em si não seja diferente na gravidez de outros períodos, existe risco aumentado para o feto e bebê, e para a subsequente infância, assim como para os parceiros e familiares da mulher.
O conceito de prognóstico na saúde mental deve então ser estendido e considerar não somente o impacto na mulher como também em outros membros da família. A vulnerabilidade das crianças cujos pais tem um problema mental indica tratamento eficiente e imediato na gravidez e período pós parto. Existem muitas oportunidades para identificar e tratar os problemas quando entram em contato com todo o sistema de saúde, por mais que a mãe não tenha vontade de demonstrar seus sentimentos. O foco nas necessidades do bebê e do feto não deve deixar de lado as necessidades da mãe.
Nota do tradutor
Este é um documento de quase 1000 páginas livremente disponível na internet, do governo britânico. Foi escolhido para servir de base para nossa discussão no coquetel do Dia de Santa Dimpna de 2016 por algumas razões. O sistema britânico de saúde é muito democrático, recebe pessoas de todo canto do mundo, em especial dos países que fizeram parte do que foi o Império Britânico. É uma diversidade de pessoas muito maior ainda do que no Brasil. São asiáticos, africanos, europeus de todas as regiões, e americanos de todos os cantos. São pessoas de todas as religiões, estratos sociais e orientação política. Não existe preconceito de qualquer forma. E a língua é a mais falada do mundo. Por final, estarei à disposição para qualquer forma de consultoria, palestras e para elaboração de position papers.
Prof. Dr. Paulo Rogério Mudrovitsch de Bittencourt, PhD, MTABN, FAAN