O poema de Amanda Gorman na Inauguração de Biden e Harris

O poema de Amanda Gorman

O poema de Amanda Gorman se chama O morro que nós subimos, The hill we climb. A declamação do poema de Amanda Gorman catapultou esta menina de 22 anos ao estrelato. Seus livros digitais estão vendendo em primeiro lugar na amazon.com, e estão tendo milhões de cópias impressas. Além do texto arrebatador, o poema de Amanda Gorman atingiu as pessoas pela própria apresentação da garota, indicada pela Dra. Jill Biden para a ocasião.

Sr. Presidente, Dr. Biden, Madame Vice Presidente, Sr. Emhoff, Americanos, e o mundo:

Quando o dia chega, nós nos perguntamos onde podemos achar luz nesta sombra que nunca termina? A perda que nós carregamos, o mar que precisamos atravessar. Nós passamos pela barriga da besta. Nós aprendemos que quieto nem sempre é paz. Nas normas e noções do que é justo nem sempre está a justiça.

E ainda, o alvorecer é nosso antes que nós saibamos. De alguma maneira, nós conseguimos. De alguma maneira, nós aguentamos e testemunhamos uma nação que não está quebrada, mas só inacabada. Nós, os sucessores de um país e um tempo onde uma menina magricela preta descendente de escravos e criada por uma mãe solteira pode sonhar ser presidente, e se acha recitando para uma.

E sim, nós estamos longe de polidas, longe de pristinas, mas isso não significa que nós estamos lutando para formar uma união que seja perfeita. Nós estamos lutando para forjar nossa união com propósito, para compor um país comprometido com todas as culturas, cores, caráteres e condições do homem.

E então, nós levantamos nosso olhar não para o que se perfila entre nós, mas para o que está à nossa frente. Nós fechamos o espaço porque nós sabemos, nós colocamos nosso futuro em primeiro, nós precisamos colocar nossas diferenças de lado. Nós baixamos nossos braços para podermos esticá-los uns para os outros. Nós procuramos mal para ninguém e harmonia para todos. Deixe o globo, se nada mais, dizer que isto é verdade. Que mesmo quando nós sofremos, nós crescemos. Que mesmo quando nós sentíamos dor, nós tínhamos esperança; que mesmo quando nós cansamos, nós tentamos; que nós estaremos sempre atados juntos, vitoriosos. Não porque nunca mais conheceremos a derrota, mas porque nunca mais teceremos a divisão.

As escrituras nos dizem que visualizemos que todos devem se sentar sob sua própria vinha e figueira, e que ninguém deverá fazê-los ter medo. Se nós vamos viver de acordo com nosso tempo, então a vitória não estará na lâmina, e sim em todas as pontes que nós fizemos. Esta é a promessa para a clareira, o morro que subimos se tivermos coragem. Porque ser americano é mais que um orgulho que nós herdamos; é um passado no qual nos entramos e como o reparamos. Nós vimos uma floresta que iria despedaçar nossa nação ao invés de dividi-la, destruiria nosso país se atrasasse a democracia. E este esforço quase teve sucesso.

Mas, se a democracia pode ser periodicamente retardada, ela não pode ser permanentemente derrotada. Nesta verdade, nesta fé nós confiamos, pois embora tenhamos nossos olhos no futuro, a história tem seus olhos em nós. Esta é a era da redenção justa. Nós a tememos em seu início. Nós não nos sentimos preparados para ser os herdeiros de uma hora tão terrível, mas nela, nós achamos a força para escrever um novo capítulo, para oferecer esperança e riso para nós mesmos.

Então, embora uma vez perguntamos: “Como nós poderíamos prevalecer sobre a catástrofe?”. Nós agora afirmamos, “Como poderia a catástrofe prevalecer sobre nós?”.

Nós não vamos marchar novamente sobre o que já foi, mas passar para o que será: um país que está roxo, machucado, mas inteiro; benevolente, mas seguro; valente e livre. Nós não seremos virados de volta ou interrompidos por intimidação, porque nós sabemos que nossa inação e inércia será a herança da próxima geração. Nossas bobagens serão sua bagagem. Mas uma coisa é certa, se nós combinarmos misericórdia com força, e força com o que é certo, então o amor será nosso legado, e mudança será direito nato de nossas crianças.

Então vamos deixar para trás um país melhor do que o que nos deixaram. Com cada respiro do meu peito socado violentamente, nós ergueremos este mundo machucado e o faremos maravilhoso. Nós nos levantaremos das colinas douradas do Oeste. Nós nos levantaremos do Norte varrido pelo vento onde nossos ancestrais primeiro realizaram a revolução. Nós nos levantaremos das cidades em torno dos lagos dos estados do Meio-oeste. Nós nos levantaremos do sul cozido pelo sol. Nós reconstruiremos, reconciliaremos e nos recuperaremos em todos os recantos da nação, em todo canto chamado nosso país nosso povo diverso e lindo emergirá sofrido e lindo.

Quando o dia chegar, nós daremos o passo para fora da sombra, com fogo e sem medo. A nova alvorada aflora porque nós a liberamos. Porque sempre existe luz. Se nós formos bravos o suficiente para enxergá-la. Se nós formos bravos o suficiente para sê-la.

Esta tradução do poema de Amanda Gorman para a Inauguração de Joe Biden e Kamala Harris é de minha autoria, baseada no texto publicado  em

https://www.baltimoresun.com/opinion/editorial/bs-ed-0121-gorman-transcript-20210120-5ojxffrfb5cybjabhgiffgiyhi-story.html

Dr Paulo Bittencourt