O coronavírus em Curitiba está explodindo em abril, como previmos na primeira versão deste artigo no fim de fevereiro. Na prática, tem sido difícil confirmar o diagnóstico no Paraná. Suspeitos de coronavírus em Curitiba passam por uma rotina de consultas e exames que podem demorar vários dias. Como nos EUA, onde 5 estados tinham kits confiáveis até 10 de março. Agora milhões de kits estão sendo distribuídos pelos estados americanos. No Brasil a realidade é outra, mais complexa. A falta de exames levou a uma diminuição dos número de casos confirmados. Também impediu a contenção da pandemia, inabilitando a busca ativa e isolamento dos contatos, uma das mais tradicionais armas da saúde pública.
Agora somos uma região onde circulam os vários vírus que produzem gripe e pneumonia. Portanto, quem desenvolve uma gripe deve refletir sobre o que fazer. Talvez devam buscar atendimento clínico aqueles com sintomas de vias respiratórias altas, febre, mal-estar, e falta de ar. Médicos sabem que estas seriam as pessoas nas quais um diagnóstico de gripe A ou B seria contemplado. Ou uma infecção bacteriana, que precisa antibióticos. Esta é a razão que o ministério da saúde resolveu apressar a vacinação deste ano de influenza. Quem desenvolver este quadro clínico após ser vacinado, sem sinais clínicos de infecção bacteriana, será provavelmente um caso de coronavírus em Curitiba. Torna-se óbvio que estas pessoas precisam se dirigir ao seu médico ou a um atendimento calmo, agendado, de seu sistema de saúde.
O local precisa estar preparado. Na Dimpna temos há muitos anos um sistema de isolamento protetor para transplantes de células tronco. Nosso dia a dia é preparado para atender estes casos de coronavírus em Curitiba. Desde o fim de fevereiro estabelecemos o uso de uma entrada separada da clínica para casos potenciais de coronavírus, e mantivemos o atendimento isolado. Apesar da pouca procura até agora, fomos fechando progressivamente o isolamento dos nossos colaboradores e de todos os pacientes que vem à clínica. É como deveria ser qualquer lugar, e qualquer país. Tanto mais isolado quanto maior a circulação de vírus na comunidade.
A população, postos de saúde e até mesmo hospitais demoram para captar estes detalhes, resultando em um espalhamento do vírus justamente pelo sistema de saúde. Estas são informações da imprensa. Uma característica do coronavírus é o contágio muito fácil, muito mais que outras gripes que já conhecíamos. Esta extrema facilidade de transmissão indica um extremo isolamento dos doentes de todos que estão em volta, especialmente dos profissionais que atendem doentes. Muitos profissionais da saúde morreram na China e na Itália, pois esta característica do novo vírus não era conhecida. Pessoas que acham que estão doentes devem estar separados do restante das pessoas que vão a hospitais e clínicas, devem ter amostra colhida para exame, ser hospitalizados ou fazer isolamento doméstico. Um paciente chegando a um hospital ou posto de saúde pode contagiar um enorme número de pessoas. As pessoas devem procurar atendimento calmo, agendado. Foi esta a razão dos chineses construírem um hospital específico.
Existe ainda o complicador do transmissor assintomático. São o enorme número de pessoas que tem o coronavírus e não desenvolvem sintomas, e os que ainda estão no período de incubação. Os transmissores assintomáticos são crianças e jovens em sua maioria. Esta é a razão para evitar aglomerações e suspender aulas. Os jovens que se acham fortes, que nunca pegaram nada, são justamente os que se tornam transmissores assintomáticos de coronavírus. Acredita-se que a enorme mortalidade de idosos na Itália foi causada por ser comum morarem com filhos e netos.
Há 10 anos a Dimpna se preparou e atendeu sua clientela durante a epidemia H1N1, como fez o hospital que colocou um container no estacionamento para isolar o atendimento. Agora não existe uma vacina e nem um antiviral. Portanto, pacientes com o coronavírus em Curitiba precisam ser tratados com diagnóstico apropriado, suporte clínico, orientação epidemiológica e cuidados intensivos. Sabe-se que a maioria dos casos é benigna, mas em pessoas de mais idade, obesos e portadores de outras doenças, o risco é maior. Em torno de 17% dos casos precisam procedimentos em clínicas ou hospitais, inclusive em UTIs. Uma epidemia coloca um stress imprevisto no sistema de saúde, especialmente pelas medidas de isolamento protetor completo.
A doença em si já tem características conhecidas dos médicos, publicadas e comunicadas pelos chineses. Após um período de incubação vem um resfriado com sintomas de vias aéreas superiores relativamente leve, que dura poucos dias e pode desaparecer. O problema é que pode se seguir queda da imunidade e a forma grave da doença, pulmonar. Médicos podem diagnosticar esta situação com o exame clínico, exames de sangue e de imagem. Só os exames do coronavírus em Curitiba não resolvem. Com a queda da imunidade vem infecções bacterianas secundárias, como parece ter acontecido com Boris Johnson, o primeiro ministro inglês. É preciso tratar de maneira especial os que desenvolvem infecções secundárias e os que progridem para esta segunda fase. São situações que já enfrentamos, a influenza H1N1 é assim. Na fase terminal da doença ocorrem coagulação intravascular disseminada, insuficiência renal e arritmias cardíacas. São pacientes complexos, que ficam muitas semanas em hospitais e UTIs.
Após a instalação do caos nos hospitais privados de Curitiba no dia 16 de março, as autoridades inicialmente determinaram que o Hospital do Trabalhador era a referência regional para coronavírus em Curitiba. O SUS era desviado para lá. Agora o HC da UFPR, o Evangélico Mackenzie e o Cajuru tem alas específicas. O Hospital do Rocio em Campo Largo também. Porém, a população de convênios e privada busca seus locais usuais de atendimento. Existe grande número de funcionários contaminados em vários hospitais da cidade, e crianças já adquiriram a doença em hospital pediátrico, conforme noticiado na mídia. Nós previmos esta realidade no fim de fevereiro. Pela mesma razão das escolas serem fechadas.
Existe um pânico histérico na cidade, o corona-pânico. O resultado líquido parece bom. Após tudo parar na semana do dia 22 de março Curitiba parece estar em uma situação menos grave que Manaus, Fortaleza, Brasília, Rio e São Paulo. Talvez os curitibanos tenham aplainado a curva, como fizeram orientais, dinamarqueses e alemães. Mas pessoas saudáveis pegaram atestados fúteis e ficaram em casa fazendo o serviço de rua de idosos e crianças. Academias e canchas esportivas privadas em condomínios fecharam desnecessariamente. O uso pode ser disciplinado e organizado. Todo mundo está engordando e tendo lesões osteo-musculares pela mudança abrupta de atividade física. Em alguns super-mercados todos funcionários usam máscara e luvas, e oferecem álcool gel na entrada e saída. Em outros parece que deixaram por conta dos funcionários se proteger. Mitos urbanos curitibanos viralizaram. As mesmas pessoas não saem na rua fazer exercício, desligam ar condicionado e abrem janelas de automóveis. Esquecem que ar condicionado capta e circula o ar de fora. Tratam ar condicionado como aquecedor de resistência. Esquecem que não há vento automático em residências. Passaram a dar carinhosos e prolongados banhos em saquinhos de amendoim e garrafas de refrigerante. Tomadores de vinho não acreditam nestas abobrinhas.
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Dr Paulo Bittencourt
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