O interesse por Joana D’Arc a santa guerreira tem múltiplas origens. De início os Bittencourt são originados do norte da França. No livro Fora da Casinha, 2ª edição, de 2010, tive que recorrer a Joana D’Arc a santa hguerreira para comentar uma mulher gênio em um capítulo que discutia a dualidade entre os gênios e os loucos. Na história quase só existem homens neste assunto. Joana D’Arc provavelmente nasceu em 6 de janeiro de 1412, dia da Epifania, de pai e mãe católicos e de excelente caráter. Era uma criança piedosa além do normal. Foi queimada na fogueira por heresia, bruxaria e magia negra em 1431. Em um segundo julgamento, foi reabilitada parcialmente em 1456, em um procedimento iniciado pela sua própria mãe, já idosa. Transformada em heroína romântica pelos humanistas franceses do século XIX, foi designada Venerável em 1904, Beata em 1908, Santa em 1920. É o mais notável dos santos guerreiros do calendário cristão, e o mais estranho dos estranhíssimos personagens europeus medievais.
Segundo seu próprio testemunho no julgamento pela Inquisição, Joana D’Arc começou a ouvir vozes aos 12 anos de idade. De início lhe diziam para continuar sendo uma boa e calma menina. Porém aos 17 anos, não pela primeira vez, ela se apresentou às autoridades de sua cidade pedindo para ser levada ao Dauphin, o quase Rei francês que não tinha um trono porque estava perdendo a guerra com os ingleses. Desta vez acreditaram, e ela realizou o que havia prometido. Porém, logo as autoridades masculinas acharam uma razão para colocá-la detrás das grades, ser acusada de travesti e de ser sexualmente liberal, além de ter morado em um prostíbulo durante sua infância. A aparência masculina provavelmente tinha razão de ser, ela sempre usou o cabelo muito curto, e até para poder cavalgar como fazia, precisava de roupas apropriadas. Seu cabelo era negro e curto, sua roupa completamente masculina, inclusive com botas de soldado, e ela conviveu com homens em campanha, sem ser violentada ou passar perto disso. Sua maneira de se apresentar era masculina, porém sua voz sempre foi feminina, e Joana D’Arc a santa guerreira sempre foi emocional, de choro fácil, talvez até de uma certa labilidade emocional, embora nenhuma destas características seja absurda ou injustificada em uma menina que se tornara um dos maiores personagens militares da história em poucos meses. Sua castidade incomodou muito os ingleses que auxiliaram no seu julgamento, e aos outros juízes da Inquisição francesa, pois era difícil acusar uma virgem de ligações com o diabo.
https://en.wikipedia.org/wiki/Joan_of_Arc
Dr Paulo Bittencourt